O processo de avaliação de um carro usado ou seminovo tende a seguir um padrão com base no Brasil inteiro. Afinal, apesar de haver diferenças de estados para estados, não é interessante ter um preço em São Paulo e um valor completamente diferente em Florianópolis.
Como dito, é claro que nem sempre todas as concessionárias vão usar exatamente o mesmo sistema ou pesar da mesma forma cada fator. No entanto, usarão mais ou menos os mesmos elementos para chegar a um preço condizente com o mercado.
Quer saber como isso é feito? Então vamos lá!
O primeiro ponto a ser levado em consideração ao avaliar um carro usado é usar a depreciação calculada pela Tabela FIPE como base. Normalmente, muitos motoristas reclamam que as concessionárias não querem pagar o valor da tabela nos carros, sem entender como ela realmente funciona.
A Tabela FIPE não é um preço tabelado de veículos usados e seminovos. Na verdade, ela é um trabalho de pesquisa que busca levantar a média de mercado de um determinado modelo no Brasil inteiro. Por exemplo, a FIPE pode ver que em determinada região um carro tem valor médio X e, em outra, valor médio Y.
De nenhum modo a Tabela FIPE é um compromisso que as concessionárias devem seguir. Na verdade, ela é o ponto de entrada, uma vez que assume-se que a tabela meça a depreciação de veículos.
Depois de usar a depreciação calculada pela Tabela FIPE como base, o próximo passo da avaliação é classificar um veículo como “seminovo” ou “usado”. Exatamente, esses dois termos não são sinônimos.
Para ser considerado um carro seminovo, o automóvel tem de cumprir certos requisitos. São eles:
Um carro seminovo tende a estar em melhor estado de conservação do que um veículo usado e, portanto, tem um valor melhor. No entanto, depende de cada caso, como veremos a seguir.
Depois de classificar o veículo como seminovo ou usado, a concessionária vai analisar o seu estado de conservação. Esse é o elemento que mais diferencia os carros, fazendo com que existam modelos do mesmo ano com preços muito diferentes no mercado, às vezes na mesma concessionária.
O primeiro ponto observado é se o automóvel fez as suas revisões e como está o nível de desgaste das suas peças. O ideal é que elas estejam dentro do padrão da quilometragem ou melhor. Por exemplo, uma pastilha de freio costuma durar perto de 30 a 40 mil quilômetros. Se o carro em questão rodou 20 mil quilômetros, é interessante que a pastilha esteja ainda mais ou menos na metade da sua vida útil.
Se houver algum elemento muito fora do comum, por exemplo, se o amortecedor estiver muito desgastado, então o custo de reparo, incluindo mão de obra e nova peça, será descontado do preço do veículo.
Outro elemento analisado é o visual do carro, incluindo a sua pintura, lataria e a simetria da estrutura. Normalmente, um automóvel com uma pintura sem brilho já se desvaloriza um pouco. Entretanto, problemas mais sérios (como a diferença de tonalidade entre partes) podem desvalorizar ainda mais.
O estado da lataria também é cuidadosamente verificado. Qualquer detalhe pode fazer o veículo perder valor, incluindo arranhões, ferrugem, bolhas ou sinais de batida. Os avaliadores são especializados inclusive em detectar se algum trabalho de reparo foi feito no automóvel, por melhor que seja a qualidade do serviço.
O último elemento do visual que é analisado é a simetria. O objetivo é ver se o alinhamento do veículo está de acordo com o determinado pelo fabricante. Se não estiver, é sinal de que o automóvel passou por algum tipo de acidente, o que reduz consideravelmente o seu valor (algumas concessionárias nem aceitam!).
Pronto, agora você já sabe como é feita a avaliação de um carro usado. Deu para ver que são vários fatores analisados, não é mesmo? Por isso, é importante cuidar bem do seu carro todos os dias, já que isso pode fazer a diferença de alguns milhares de reais no futuro.